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10/12/2020

Como lidar com a sensibilidade sensorial das crianças com autismo?

Sensibilidade sensorial

Grande parte das pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem algum tipo de sensibilidade sensorial ou resposta sensorial. Um cheiro, uma luz forte demais, uma determinada cor ou um toque inesperado pode desencadear diferentes reações.

A identificação dessas manifestações sensoriais e da forma como cada criança com autismo reage a elas é feita por um terapeuta ocupacional especializado no segmento. Por meio de sessões de integração sensorial, este profissional ajuda na avaliação e na administração destas atipicidades da melhor maneira e na promoção de uma maior qualidade de vida.

Não são apenas os autistas que apresentam algum tipo de sensibilidade sensorial ou manifestação sensorial. Neurotípicos também podem ter algum tipo de alteração nos sentidos.

Inclusive, este fator pode influenciar no tipo de exercício físico e modalidade física mais indicados para desenvolver pessoas com autismo.

 

Os sentidos e a sensibilidade sensorial

Aprendemos na escola que temos cinco sentidos. Porém, quando o assunto é sensorialidade, os especialistas relacionam 10 sentidos:

1 – Visão: tudo o que é captado pelos olhos.

2 – Olfato: capacidade de sentir odores pelas cavidades nasais.

3 – Tato: está localizado em todas as partes do corpo e corresponde à capacidade de sentir temperaturas, dor e vibrações.

4 – Audição: capacidade de identificar os sons por meio da cóclea, localizada nos ouvidos.

5 – Paladar:  capacidade de identificar sabores através das papilas gustativas.

6 – Vestibular: relacionado ao equilíbrio (começa no ouvido, onde está localizado o labirinto).

7 – Propriocepção: está relacionado ao controle que temos no nosso corpo (postura corporal, contração muscular).

8 – Interocepção: são as sensações de sede, fome, sono, cansaço, batimentos cardíacos e bexiga cheia).

9 – Nocicepção: corresponde à nossa sensação de dor.

10 – Termocepção: corresponde à noção de temperatura (frio, quente)

 

Como a criança com autismo reage aos estímulos sensoriais?

Terapia Ocupacional Sensibilidade Ocupacional

A forma de lidar com as alterações sensoriais variam de acordo com o grau de tolerância da criança ao estímulo.

As hipersensíveis, por exemplo, como o próprio nome diz, são mais sensíveis aos estímulos advindos dos sentidos e possuem reações mais aversivas. Ao se sentirem incomodadas com texturas, sons ou luzes, por exemplo, elas podem lutar (ficar agressiva), fugir (caso de crianças que tapam os ouvidos e correm para fora ao entrarem em locais com barulhos) ou paralisar.

Já as hipossensíveis buscam o estímulo de maneira às vezes desenfreada e Intensa. Olham direto para a luz, mexem em objetos giratórios sem parar, se movem constantemente nos espaços ou ambientes, podem ser consideradas desajeitadas e brutas, adoram apertos (abraços, apertos de mão), podem não manifestar sede ou fome e só percebem que estão cansados quando ficam exaustos.

Uma mesma pessoa com TEA pode apresentar hipersensilidade ou hipossensibilidade em um ou mais sentidos. Uma vez que cada autista é único, a sensibilidade sensorial também é, podendo se tornar uma disfunção sensorial, e comprometer o comportamento em outras esferas da sua vida.

Entender esses comportamentos ajudam pais e demais grupos sociais a lidarem melhor com a criança com autismo e as disfunções sensoriais. O que costuma ser considerado uma birra ou desobediência, pode ser uma reação a um estímulo que causa incômodo, como dor, tensão, angústia e ansiedade.

Por isso é tão importante procurar um terapeuta ocupacional especialista em integração sensorial. Ele entenderá com precisão como a criança lida com os sentidos e o que pode ser feito para que ela e todos ao seu redor tenham uma vida mais saudável e feliz.

Sensibilidade sensorial: o que diz a especialista?

Eu tive o imenso prazer de conversar com a Lígia Maria de Godoy Carvalho, terapeuta ocupacional e sócia-fundadora da Clínica Ludens, em Campinas, interior de São Paulo. Ela trabalha há 30 anos neste segmento de Integração Sensorial e me trouxe informações valiosas.

Para manter todos os detalhes explicados pela Lígia, resolvi transformar a entrevista em um podcast para vocês. Espero que gostem deste bate-papo tanto quanto eu!

Muito enriquecedor este assunto, não é? Espero que você tenha gostado do artigo sobre sensibilidade sensorial. Caso haja algum assunto relacionado ao autismo que você tenha dúvidas, use o espaço dos comentários para deixar sua sugestão. E fique à vontade para compartilhar nossos materiais nas redes sociais!

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4 Comments on “Como lidar com a sensibilidade sensorial das crianças com autismo?

Alex
12/12/2020 em 09:17

Gostei bastante do seu blog. Legal o conteudo. Parabéns
🙂

Responder
Marcos
12/12/2020 em 22:41

Ótimo trabalho!
Após perder muito tempo na internet encontrei esse blog
que tinha o que tanto procurava.
Gostei muito.
Meu muito obrigado!!!

Responder
Tãnia Lúcia
07/01/2021 em 16:04

Olá, como vai ?
Interessante sua puplicação vc acha pertinente colocar
neste meu site?
http://www.planosdesaudehdm.com.br
.
Um grande abraço.

Responder
Tiago Toledo
14/01/2021 em 07:49

Pode colocar 👍

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