Boxe para crianças com autismo: benefícios e cuidados
As Olimpíadas de Tóquio certamente despertaram nas crianças e jovens o desejo de praticar esportes como boxe, futebol, vôlei, skate, ginástica artística, natação, entre outros.
Eu, como professor de Educação Física, sempre incentivei a prática destas atividades e penso que todas elas podem ser adaptadas para ajudar no desenvolvimento de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista.
Cada criança tem uma necessidade, por isso é importante contar com a orientação de um profissional para indicar o tipo de esporte ou atividade física que vai oferecer o maior número de benefícios para a criança ou jovem.
O mais indicado é que a pessoa com autismo comece a praticar as atividades de forma lúdica para que crie algum tipo de conexão e possa se abrir e mergulhar na proposta que está sendo oferecida.
Desta vez vamos falar do boxe. Para algumas pessoas é apenas um esporte violento, mas quando praticado com seriedade, pode oferecer uma série de benefícios para o corpo e para a mente.
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Como o boxe pode ajudar crianças e jovens com TEA?
Uma das principais habilidades que os esportes de luta oferecem é a disciplina. Algumas crianças com autismo apresentam dificuldade na hora de entender às regras, e os esportes de luta dependem muito de obediência para serem executadas.
O desenvolvimento físico é notório, pois o boxe trabalha com intensidade os músculos dos braços, das pernas e do abdômen. Os movimentos deste esporte também ajudam na melhoria do reflexo, da orientação espacial, da postura, da coordenação motora e da autoconfiança.
A socialização, um dos desafios para muitas pessoas com autismo, é trabalhada nas aulas de boxe, já que o aluno precisa inicialmente aprender os golpes no saco e depois praticá-lo com um colega ou professor.
Assim como toda atividade física, o boxe melhora a saúde mental. Libera endorfina, que é o hormônio do bem-estar, e, por isso, reduz o estresse e melhora a qualidade do sono.
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SANDRA DAMASCENO OLIVEIRA
09/10/2024 em 11:04A maior dificuldade é encontrar treinadores com capacitação em TEA. Não dá para ensinar autista da mesma forma que os demais. Meu filho por exemplo, além do Autismo existe um nível rebaixado no QI (DI). Se não tiver uma estratégia individualizada, as chances de êxito são mínimas, pra não dizer impossível. Muito bom o seu artigo! Eu acho o boxe sensacional. Mas acho que vou acabar desistindo de levar o meu filho, assim como desisti do jiu-jitsu. Talvez, um dia, os mestres das artes marciais percebam o enorme mercado que estão perdendo. Abraços!