Aulas de futebol ajudam na interação social de criança com TEA

Eu sempre falo que aulas de futebol, basquete, natação, entre muitos outros esportes, são fundamentais para o desenvolvimento mental e físico de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Hoje, vou falar um pouquinho mais sobre os benefícios da modalidade que é paixão nacional: o futebol.

Muito além do desenvolvimento motor e físico, as aulas de futebol estimulam a interação social, uma das áreas mais afetadas pelo TEA. Como sabemos, muitas crianças com autismo têm dificuldades em manter contato visual, têm dificuldades na comunicação e ficam muito agitadas.

Essa dificuldade de interação faz com que muitos pais não insiram a prática da atividade física na rotina dos filhos com autismo. Só que, apesar do medo da não adaptação, o esporte é considerado uma das melhores maneiras de inclusão social.

Para quebrar essa barreira, é importante apostar em uma atividade que agrade e estimule a criança. Neste contexto, uma das modalidades que mais se destacam são as aulas de futebol.

Por que escolher aulas de futebol?

O futebol é o esporte mais querido e praticado pelos brasileiros. Por isso, é fácil encontrar diversos clubes e centros de treinamento que dão aulas de futebol para crianças, adolescentes e adultos.

A popularidade desse tipo de atividade, aliás, é o que chama a atenção dos pais, já que permite que a criança se sinta parte de algo que é importante para ela. Por ser um jogo coletivo, o futebol também dá uma oportunidade para o jogador se socializar com outras pessoas e a criar laços de amizade e confiança.

Divertidas, e ao mesmo tempo desafiadoras, as aulas de futebol estimulam as crianças com TEA a olharem de uma forma diferente para o mundo.

Para garantir um resultado positivo no jogo, por exemplo, é preciso estabelecer contato visual, compartilhar a atenção, expressar emoções e responder rapidamente a determinadas situações.

A atividade também impulsiona o planejamento motor da criança. Com 11 pessoas de cada lado e um campo consideravelmente grande, a criança precisa exercitar a sua noção de tempo e espaço para poder jogar, chutar a bola e acertar o gol.

Apesar de altamente recomendada e de não haver nenhuma restrição, a prática de futebol por crianças autistas deve ser acompanhada por profissionais qualificados.

Como em qualquer esporte, é preciso que o profissional de educação física saiba instruir os alunos, avaliar a evolução de cada um e adequar as atividades de acordo com as necessidades particulares, considerando o comportamento e desenvolvimento motor.

Vale ressaltar que algumas crianças com TEA precisam de uma fase de adaptação com o local da aula, com o professor e com os colegas. Algumas delas podem precisar de uma atenção individual e, aos poucos, serem inseridas ao grupo.

Além disso, é sempre importante respeitar a capacidade e as limitações de cada aluno, saber que muitos deles trabalham melhor com dicas visuais. Logo, entender qual é a forma que a criança se comunica é fundamental. Eu penso que uma boa estratégia é inserir dicas visuais nas aulas, isso ajudará muitos alunos a entenderem melhor as instruções do professor.

Além de garantir uma prática adequada, esses cuidados permitirão identificar problemas como falta de concentração, comportamento inadequado e, principalmente, falta de motivação da criança.

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