Atividade física pode reduzir estereotipias

As estereotipias são comportamentos repetitivos que podem ser sensoriais, motores e emocionais, sem uma função clara para quem observa. Esta é uma das características mais marcantes das crianças com autismo e que, muitas vezes, pode influenciar a aprendizagem ou a ocorrência de autolesão.

Os exemplos mais comuns de estereotipias em crianças com autismo são: balanço do corpo, movimentos das mãos, movimentos do braço, pernas, movimentos repetitivos e repetição do mesmo som.

Geralmente, as estereotipias ocorrem quando a criança está buscando uma sensação agradável, está em uma situação estressante ou, simplesmente, pelo fato da repetição.

Como a atividade física pode reduzir estereotipias?

Ao longo do nosso trabalho como professores de educação física adaptada com crianças com  autismo, notamos que, quando há um aumento na atividade física, há uma diminuição significativa nas estereotipias.

Algumas pesquisas têm mostrado que o exercício físico provoca nas crianças a mesma sensação prazerosa causada pelas estereotipias.

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Durante a prática de exercícios ou esporte ou até mesmo ao participar de jogos, o professor acaba dando uma função para esse comportamento repetitivo (fonte: National Autism Resources).

Sendo assim, ao aumentar atividades físicas como correr, saltar, completar circuitos ou praticar esportes como basquete, natação e futebol, por exemplo, o corpo humano sente a compressão nas articulações e músculos por todo o corpo. Isto cria um efeito semelhante ao que ocorre em um comportamento repetitivo.

Outra forma em que o exercício diminui os estereótipos é ativando o cérebro através de exercício e de movimento. Vamos dar um exemplo: durante uma atividade em uma trave de equilíbrio, a criança precisa manter a atenção para conseguir equilibrar o corpo, mas também precisa ativar o cérebro, porque precisa analisar onde vai colocar o pé. Este tipo de exercício diminui a necessidade de comportamento estereotipado, porque a mente está concentrada para atingir um objetivo.

Por isso, é importante incentivar as crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) a serem ativas, beneficiando-se da atividade física para diminuir as estereotipias, que muitas vezes podem atrapalhar a concentração e causar a autolesão, aumentando a qualidade de vida e a sensação de bem-estar.

Porém, antes de iniciar a prática esportiva, é importante que as aulas aconteçam em lugares apropriados, confortáveis e sem muito barulho. Se a criança apresentar dificuldade em um exercício específico, o professor deve fazer as modificações ou adaptações necessárias para que ela possa completar a atividade de acordo com seu nível.

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