Programa de pós graduação em Cuba
Sempre me perguntam quais os melhores tratamentos para autismo através das atividades físicas. Como trabalho com crianças com TEA há mais de uma década, estou constantemente em busca de novidades que efetivamente ajudem no desenvolvimento físico e cognitivo dos meus alunos.
Por isso, quando recebi o convite para participar do curso de natação terapêutica e motricidade infantil em Havana, Cuba, no mês passado, aceitei na hora. Foi uma grande oportunidade para conhecer como este país, que é considerado uma referência na área de saúde, desenvolve estudos e pesquisas sobre os tratamentos para autismo já há algum tempo.
O curso de pós-graduação foi realizado no Centro Internacional de Saúde La Pradera, um centro internacional que atende pessoas com diversas patologias vindas de mais de cem países. . A equipe médica desenvolve tratamento multidisciplinar e, que vem prestando atendimento a crianças com paralisia cerebral e deficiência auditiva.
Com duração de uma semana, o treinamento abordou tanto a parte teórica, com aulas ministradas por médicos e professores de educação física, quanto prática. Vale destacar que a pós graduação em natação terapêutica foi realiza pela AMEE ( Associação Mundial de Educação Especial ) em parceria com a sede no Brasil, onde os profissionais de Cuba ministraram a teoria e os professores brasileiros a prática com demonstração de exercícios de natação que podem ser aplicados em crianças com autismo e alunos com outras dificuldades, como pessoas com deficiência visual e física.
Vale lembrar que, embora popularmente falemos de “tratamentos para autismo”, os tratamentos não são focados em “cura”, pois o autismo não é doença e, sim, um transtorno com características próprias. Os “tratamentos” são, na verdade, intervenções que podem melhorar o desenvolvimento cognitivo e motor das pessoas com TEA.
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Veja um pouco mais sobre o curso neste vídeo:
Método Neuropoint
Dos novos tipos de tratamentos que podem ser trabalhados com crianças com autismo que tive contato durante o curso, a grande novidade foi o método chamado de Neuropoint.
Criado pelo terapeuta Orlando Terre Camacho, presidente da Associação Mundial de Educação Especial, o método utiliza os interesses e motivações individuais das crianças para potencializar o aprendizado de maneira prazerosa, com o mínimo de esforço cognitivo.
Voltado para crianças de até 6 anos de idade, o método Neuropoint personaliza ainda mais as aulas, com exercícios apropriados por faixa etária, mas que também levem em conta os aspectos emocionais de cada uma.
Saiba mais sobre o método Neuropoint aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=k-QhrE4Zn9w&feature=youtu.be
As técnicas são baseadas em projetos similares às teorias construtivistas de desenvolvimento infantil e correntes psicopedagógicas contemporâneas, incentivando a participação ativa das crianças no processo de aprendizagem, a individualização do currículo e o uso de diferentes recursos e materiais de ensino.
Com certeza, pretendo adaptar muitas das técnicas do método Neuropoint às minhas aulas de natação e até mesmo em outros esportes. Para aplicar o método completo, no entanto, ainda é preciso concluir mais três níveis do curso, o que espero fazer em breve!
Aliás, o contato com tantas novidades sobre estudos e tratamentos para autismo me fez compreender ainda mais a maneira como essas crianças se comunicam e se comportam, o que vai me ajudar muito no planejamento das aulas e no incentivo à prática de atividades físicas.
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