Dicas de como evitar o capacitismo com pessoas com autismo
Você já ouviu falar ou leu alguma coisa sobre capacitismo?
Assim como gordofobia e a homofobia, o capacitismo é um tipo de preconceito. O termo serve para descrever casos de discriminação com pessoas que apresentam deficiência física ou intelectual.
De acordo com o conceito de capacitismo, a pessoa com algum tipo de comprometimento físico ou neurológico está fora do padrão considerado “normal” para a sociedade, por isso é incapaz de realizar determinadas atividades, de ser independente ou de conviver em sociedade.
É este pensamento que abre espaço para rótulos que acabam distanciando a sociedade de um maior esclarecimento que quebra barreiras e reduz a incidência do capacitismo, seja com pessoas com TEA ou qualquer outra.
Como o capacitismo atinge as pessoas com autismo?
Apesar de o termo capacitismo ser pouco usado no Brasil, ele fere o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 2015) ou a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (PcD).
O artigo 4º da lei estabelece que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades como as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”.
Inclusive um caso recente de capacitismo foi tema de reportagem publicada na Agência Senado e envolvia uma moça com Síndrome de Asperger. O texto também trata de outras situações e de como o campo político têm trabalhado para proteger os direitos das pessoas com deficiência.
Para evitar a prática do capacitismo, a melhor solução é a informação. No caso do autismo, é preciso discutir com mais abrangência o espectro, ou seja, deixar claro que cada pessoa com autismo é única e adota comportamentos e possui habilidades diferenciadas.
Essa mudança de entendimento e de interpretação do autismo se dá por meio da leitura de livros sobre autismo, do acesso a filmes sobre autismo. Hoje, a informação a respeito do TEA está mais acessível e ajudando a quebrar barreiras.
Você pratica o capacitismo?
Reuni abaixo alguns comportamentos que devem ser evitados para que o capacitismo deixe de comprometer as relações sociais e, principalmente, o bem-estar de pessoas com TEA.
Abandone o uso das expressões e atitudes, como:
- Falar que você estava no seu “mundinho autista” para explicar que estava distraído.
- Dizer que uma pessoa não parece autista.
- Fica impressionado ou surpreso quando uma pessoa com autismo conquista algo, por achar que ela não seria capaz.
- Definir uma pessoa com TEA como “especial” (no sentido de diferente)
- Dizer que uma pessoa com autismo está “fora do controle” ou é perigosa
- Usar onomatopeias como “dãa” quando a pessoa com autismo não compreende algo.
Aproveito para deixar aqui algumas boas histórias que já contamos aqui no blog sobre pessoas com autismo:
1 – Corridas de rua transformam vida de jovem com autismo
2 – Medalhas e troféus no ciclismo marcam a vida de autista de 36 anos
3 – Como é crescer com autismo?
4 – Galeria Aut: projeto reúne obras de arte assinadas por pessoas com autismo
5 – Mergulho adaptado: como inserir pessoas com deficiência intelectual neste esporte?
6 – Projeto Onda Azul oferece aulas de surf para pessoas com autismo
Da mesma maneira que existem pessoas que discriminam outras sem ter plena consciência do erro, usando frases ou tendo atitudes consideradas constrangedoras, há quem faça de forma consciente, para magoar a pessoa com autismo e a família.
Por isso, é importante prestar atenção no que se fala e na maneira como se fala. Praticar a empatia pode ser um bom começo para evitar a propagação do capacitismo.
Gostou do artigo sobre capacitismo? Caso haja algum assunto relacionado ao autismo que você tenha dúvidas, use o espaço dos comentários para deixar sua sugestão. E fique à vontade para compartilhar nossos materiais nas redes sociais!
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Rosangela
19/08/2023 em 20:35Moro em uma casa de dois andares,
alugada há 9 anos . No andar de cima mora outros inquilinos e sempre vivemos em harmonia. Tenho uma netinha de 03 anos e um netinho autista de 05 anos. Sempre me visitam, mas nas férias de julho ficaram varios dias e eu amei demais! Fui surpreendida pela locatário com um áudio do vizinho do andar de cima que dizia” Eu não suporto mais esse pessoal aqui debaixo…É criança chorando, criança correndo, batendo na parede etc…” Quando ouvi foi como o mundo desabasse à meus pés! Como já havia saído para o trabalho, liguei para casa para saber o que havia acontecido. Eu já estava sem chão! Minha filha explicou que a minha netinha de três anos se machucou e chorou muito, o que desencadeou uma crise no meu neto, que correu algumas vezes no corredor e bateu os pulsos na parede. Ele é autista geral 1. Quando estáuito incomodado ou feliz, tem este comportamento. Agora eu vivo numa neura. Vivo com a casa trancada, podo eles dois em tudo e vivo em crise de ansiedade e choro! Quero me mudar, mas ainda não encontrei um lugar. Desejo sair não pelos vizinhos, mas por meus netos que estão sendo privados de ser criança e o autista, de ter comportamento típico de quem está no espectro autista! Isto tem me consumido! 😔
Tiago Toledo
19/09/2023 em 09:28Rosangela,obrigado por ter compartilhado com a gente, infelizmente milhares de famílias passam exatamente pela mesma situação, espero que tudo termine bem para vocês.