Autismo leve: como identificar as características
Sabemos que existem diferentes graus de autismo. E o autismo leve é o primeiro deles.
Por ser mais brando, nem sempre o autismo leve é fácil de ser diagnosticado pelos profissionais de saúde, ou mesmo identificado pelos pais.
Apesar de as informações sobre o autismo estarem ganhando força na mídia e nas redes sociais, o cenário ainda é bastante desafiador quando a família descobre que tem uma criança com autismo em casa. O que fazer? Como ajudar o desenvolvimento dela? Como proceder diante dos desafios diários?
Seja o autismo leve ou severo, o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é tarefa simples. Não há exames específicos para tal e tudo vai depender da observação clínica dos especialistas e dos relatos de pais e demais pessoas que convivem com a criança.
Especialistas dizem que os primeiros sinais de autismo podem ser observados em bebês – choram bastante, só ficam no colo e são pouco curiosos. Mas o diagnóstico mais preciso costuma ser feito entre os três e cinco anos de idade, quando a criança está na fase de alfabetização.
Principais características do autismo leve
Geralmente, a criança com autismo leve apresenta dificuldades de comunicação, de socialização e de comportamento. Vou explicar melhor:
Comunicação
Em relação à comunicação, a criança não consegue se expressar por meio das palavras e as utiliza de maneira incorreta. Em muitos casos, a fala leva mais tempo do que o normal para se manifestar.
Interação social
No campo social, a criança apresenta dificuldade de conversar adequadamente e de se relacionar com as pessoas, preferindo se isolar e brincar sozinha.
Comportamento
No que diz respeito ao comportamento, a criança costuma repetir os mesmos movimentos, não olha nos olhos, presta mais atenção nos movimentos das mãos do que no que está sendo dito e tem uma fixação por determinados objetos e atividades.
Esses são os sintomas mais comuns do autismo leve e que devem ser observados com atenção pelos pais e profissionais.
Existem outros que também são corriqueiros, como rir em momentos inapropriados, maior resistência à dor, crises de raiva e não atender quando a chamam pelo nome.
Autismo leve e Síndrome de Asperger são a mesma coisa?
Muitas pessoas acham que o autismo leve e a Síndrome de Asperger apresentam os mesmos diagnósticos, mas não é bem assim.
A criança com Transtorno do Espectro Autista apresenta um comprometimento da comunicação e da interação social em níveis diferentes. Na Síndrome de Asperger, que é um subtipo do autismo, esses sintomas são mais brandos. Por isso, geralmente é mais difícil de ser diagnosticada.
A criança que apresenta a Síndrome de Asperger não apresenta atrasos na fala, apenas os outros sintomas relacionados ao autismo, entre eles o isolamento social. Além disso, apresenta interesse restrito por determinado assunto e procura saber muito sobre ele.
Em outro artigo eu comentei sobre os famosos com Síndrome de Asperger. Você pode conferir aqui no blog.
Vale lembrar que, de acordo com o DSM 5, um manual de diagnósticos dos transtornos mentais adotado nos Estados Unidos e também no Brasil, o termo Síndrome de Asperger não é mais utilizado desde 2013, sendo enquadrado no Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Porém, de acordo com CID 10, uma lista usada para definir alguns códigos de doenças usada aqui no Brasil e na Europa, o termo Síndrome de Asperger ainda pode ser utilizado.
Como tratar o autismo leve?
A criança com autismo leve precisa, assim como em outros graus, receber acompanhamento multidisciplinar para estimular o seu desenvolvimento. psicólogos, terapeutas ocupacionais, profissionais de educação física, fonoaudiólogos, entre outros profissionais certamente poderão auxiliar nesse processo.
Também é importante que todas as pessoas envolvidas na vida da criança conheçam as características do TEA para encontrar formas de ajudá-la de forma mais efetiva no dia a dia.
A inclusão escolar do autista é outro ponto importante para reduzir as barreiras da comunicação e da interação social, oferecendo maior qualidade de vida para a criança, assim como jogos e atividades lúdicas.
E claro que, como professor de Educação Física, recomendo fortemente a prática de esportes. Além de melhorar a interação social e a comunicação, a atividade esportiva pode influenciar positivamente na coordenação motora e na cognição.
Aqui no blog você vai encontrar algumas sugestões de esportes para crianças com autismo, entre eles aulas de tênis, capoeira e a natação.
Eu espero que tenha gostado deste artigo. Caso haja algum assunto relacionado ao autismo que você queira esclarecer, deixe sua sugestão em nossos comentários!
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