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10/06/2021

Alimentação da criança com autismo: como mantê-la forte e saudável?

Alimentação

A alimentação é um dos pilares que ajudam as crianças a se desenvolverem fortes e saudáveis. Uma dieta rica em fibras, frutas e verduras e pobre em açúcares e processos industrializados oferecem muitos benefícios em todas as fases da vida.

Quando falamos especificamente de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a alimentação exige uma atenção especial. A literatura cientifica traz muitos conteúdos sobre o assunto e ajudam pais e profissionais a cuidarem adequadamente deste público tão especial.

Para entender melhor esta relação entre nutrição e desenvolvimento saudável das crianças com TEA, eu conversei com a nutricionista Adriana Siqueira. Ela é mãe de um menino com autismo e criou a Academia Nutrição e Autismo, um espaço para discutir alimentação funcional e integrada.

Alimentação e autismo: o que toda família precisa saber?

Adriana comenta que, de acordo com estudos específicos, as crianças com autismo apresentam algumas deficiências nutricionais, entre elas vitamina A, zinco e vitamina D. Também costumam consumir menor quantidade de fibras, frutas e verduras.

“As crianças com TEA têm maiores chances de apresentar inflamações, alergias e problemas gastrointestinais. Por isso, é importante que sejam tratadas com uma alimentação anti-inflamatória”, acrescenta.

A nutricionista lembra ainda que 90% das pessoas com autismo são identificados problemas de disbiose intestinal, um desequilíbrio da flora bacteriana intestinal que pode provocar náuseas, diarreia, refluxo e flatulência.

Uma vez que o autismo é um espectro, cada criança precisa ser analisada de maneira individualizada. A dieta adequada vai depender dos resultados de exames e da identificação das causas dos problemas intestinais e alérgicos.

Geralmente, o consumo de glúten e caseína do leite é a causa destes desconfortos e acabam prejudicando o desenvolvimento da criança.

Boa alimentação para crianças com TEA: por onde começar?

Alimentação Autismo

Adriana alerta para a necessidade de um acompanhamento nutricional assim que a criança dá início à introdução alimentar ou quando é confirmado o diagnóstico de autismo.

Em um primeiro momento são solicitados exames de vitaminas, minerais, colesterol, alergias, doença celíaca e todos os de fezes. “A frequência dos exames depende muito das queixas e da idade do autista. Geralmente, inicia-se de três em três meses, depois de seis em seis ou até uma vez ao ano para acompanhamento”.

Com base nos resultados é definida a dieta correta – com ou sem suplementação – que deve iniciada o quanto antes. “Como os índices de alergias são até quatro vezes maiores no autismo, tenho pacientes que evitam outros alimentos, de acordo com exames de alergias encontrados individualmente”, explica Adriana.

Os cuidados corretos otimizam o desenvolvimento neuronal e podem minimizar com sucesso problemas como disfunção do sono, problemas gástricos, alergias, agitação, hiperatividade e apatia.

Mesmo que dieta seja individualizada, algumas práticas servem para a maioria das pessoas com TEA, por conta da disbiose intestinal. “´É importante retirar glúten, leite e soja. Também indico alimentos com menor teor de farinhas refinadas, corantes, conservantes óleos prensados a frio, sem frituras e industrializados. O segredo é descascar mais e embalar menos”, aconselha a nutricionista.

A seletividade, que, segundo Adriana, pode estar relacionada com os graus do autismo, é analisada caso a caso. A partir daí, é elaborado um plano de encadeamento de alimentos baseados em texturas, cores, sabores e questões sensoriais, a fim de ampliar variedade alimentar.

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Alimentação para crianças que realizam atividades físicas

Conforme falamos muito aqui no blog, é importante que a criança tenha acesso a atividades físicas para melhorar seu desenvolvimento motor. Quando o esporte faz parte da rotina, a alimentação precisa estar adequada.

Adriana explica que uma atividade física não intensa dispensa mudanças significativas na alimentação. Agora se há uma frequência ou a prática de atividades mais intensas, é importante priorizar carboidratos ou gorduras antes da atividade. Após o treino, é indicada uma porção de carboidratos e proteínas.

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Como mensagem para os pais, a nutricionista ressalta que a nutrição é base do tratamento do autismo, por isso deve ser feita em paralelo com as terapias.

“Um indivíduo com autismo tem um atraso de desenvolvimento, que pode ser otimizado com alimentos e suplementos. Existem questões intestinais nas quais a nutrição pode colaborar e ajudar na diminuição de sintomas. Uma criança nutrida aprende melhor e se desenvolve mais!”, finaliza.

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