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13/05/2021

Os benefícios de animais de estimação para crianças com TEA

Animais de estimação

Os animais de estimação podem fazer muito bem às crianças com Transtorno do Espectro Autista. Tomando os cuidados necessários, é possível que essa relação traga ótimos benefícios para todos.

De forma geral, os pais recorrem aos animais de estimação para entreter a família, oferecer uma companhia divertida para as crianças e incentivá-las a adquirir responsabilidades e cuidados, como dar carinho, comida e água e, no caso de cães, dar banho e levar para passear.

E quais os benefícios que os animais de estimação podem oferecer às crianças com TEA?

Para entender como funciona a relação entre crianças com autismo e animais de estimação, eu conversei com o Adoniran Thomaz. Ele é zooterapeuta, educador canino, voluntário do Projeto Pelos Outros e discente do Curso de Psicologia.

Adoniran começa dizendo toda pessoa com autismo pode construir uma relação positiva com animais de estimação, desde que haja um acompanhamento e respeito aos limites de aproximação. “Impor uma aproximação pode gerar conflitos tanto para o animal quanto para a pessoa, seja ela diagnosticada com TEA ou não”, alerta.

Entre os benefícios que os animais de estimação podem oferecer às crianças estão:

  • Controle da ansiedade
  • Trabalho do foco
  • Aumento da interação social
  • Controle do nível de cortisol
  • Aumento da autoestima
  • Extensão do vocabulário

LEIA MAIS: Equoterapia: como a terapia com cavalos ajuda crianças com autismo

Animais de estimação: quais as melhores opções?

Na hora de escolher os animais de estimação, as famílias costumam recorrer mais aos cachorros por causa da interação e do estímulo que proporcionam. Mas, para fins de zooterapia, outros bichinhos também são bem-vindos.

“Já vi gatos acalmarem crianças com TEA, por causa do seu movimento hora lento, hora calculado. Peixes no quarto da criança acalmam na hora de dormir, e coelhos também são uma boa opção, devido à textura do pelo”, explica Adoniran.

O educador conta que, ao escolher um cão, é importante conhecer o seu histórico e temperamento. Explica também que algumas raças possuem uma predisposição maior a se tornarem companheiros, como Golden Retriever e Labrador.

Pastor Alemão, Boder Collie, Beagle, Collies e o bom e velho vira-lata também são boas alternativas. Mas o educador alerta: “Cães agitados para crianças com TEA que tenham medo ou que precisem de mais tranquilidade não são boas opções”.

Adoniram comenta que os cães são atraídos pelo silêncio dos autistas. Muitas pessoas com TEA não verbalizam sentimentos, apenas tocam o animal com verdade. “Acredito que essa conexão se torna mais forte quando o cão passa a entender que é o verdadeiro amigo daquela pessoa, e nota que, ao se aproximar, o coração do dono desacelera e o nível de cortisol abaixa”.

Conforme a interação entre a pessoa com autismo e o cão aumenta, o animal entre no que Adoniram chama de fase 2, ou seja, começa a se preocupar com as crises do dono e a intervir voluntariamente para acalmar. “Tenho um amigo que possui dois cães. Quando ele está em crise, esmurrando ou batendo na parede, os animais se aproximam pedindo carinho. Eles podem ser empurrados, mas insistem até tirarem o foco da crise e se tornarem o foco da atenção”.

O importante mesmo, na opinião do Adoniran, é que os animais de estimação sejam adquiridos para serem companheiro e não remédios. Afinal de contas, o bichinho precisa ter os momentos dele, como sair para passear, se exercitar, ir ao veterinário, tomar vacinar, banho, tosar. Não pode viver em benefício de uma pessoa 24 horas por dia.

“É difícil inserir um cão ou qualquer outro animal na vida de uma criança com agenda lotada (natação, sessões de fonoaudiologia, fisioterapeuta, escola, terapia ocupacional). Onde o bichinho se encaixa nesses horários?’, reflete. “Animais de estimação são como coterapeutas na nossa vida. Mas eles têm sentimentos, não são objetos. Por isso merecem respeito. O bem que proporcionam tem que ser recíproco. Eles são nosso elo com o paraíso”, finaliza.

Linda mensagem, não é mesmo? Gostou do artigo sobre animais de estimação e crianças com TEA? Caso haja algum assunto relacionado ao autismo que você tenha dúvidas, use o espaço dos comentários para deixar sua sugestão. E fique à vontade para compartilhar nossos materiais nas redes sociais!

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