Ico Project: iniciativa oferece esportes para as crianças
Olá, tudo bem? Eu fico muito contente quando encontro um projeto que inclui, entre outras ações, a prática de esportes. E hoje vou contar para vocês um pouco sobre o Ico Project, localizado em Curitiba, Paraná, criado pela advogada Elyse Matos.
Antes mesmo de mostrar qualquer característica de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Enrico, o Ico, de oito anos, já praticava esportes.
Com apenas dois meses, iniciou a natação, modalidade que pratica até hoje. Aos seis meses, começou o Gymboree, uma espécie de ginástica psicomotora para bebês.
A suspeita de que o filho era autista começou quando Enrico tinha dois anos e dois meses. O diagnóstico foi fechado quando ele completou três anos.
“Enrico tinha baixo contato visual. Fazia contato visual comigo, porém não fazia com as avós. Não se interessava por brinquedos em geral e gostava de letras e números, passando horas com o número 7 na mão, por exemplo”, explicou Elyse.
“Além disso, embora falasse muito desde um ano e quatro meses, Ico não se comunicava, não havia uma troca, uma conversa mesmo. Era somente fala”, completou.
Esporte: o caminho para melhorar a interação social
Ao receber o diagnóstico, Elyse ficou deprimida, mas encontrou forças para buscar informações e soluções, porque o Ico, além do autismo, tinha hiperatividade.
As terapias tradicionais logo tiveram início, mas Enrico não lidava muito bem com elas. E uma vez que o garoto sempre teve muitos estímulos, mesmo sem qualquer suspeita de autismo, a solução encontrada foi intercalar esportes e sessões terapêuticas.
“Assim entraram na rotina do menino judô, basquete e circuito cardio, além de continuar com a natação. Também iniciamos a equoterapia. Hoje em dia, Enrico pratica natação, circuito psicomotor, judô, basquete e corrida. Um verdadeiro atleta!”, comentou Elyse.
E o que eu venho falando aqui no blog, sobre os benefícios do esporte para crianças diagnosticadas com TEA, se confirmou no caso do Enrico.
A prática de exercícios físicos desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento, tanto na questão física quanto na inclusão social.
Elyse foi observando o quanto o esporte melhorava a interação social do filho. Daí foi surgindo a ideia do Ico Project. “Nosso foco será o esporte: futebol, basquete, enfim, jogos que irão permitir a possibilidade de socialização. Como Enrico sempre fez suas atividades em casa, com professor particular, queria criar um centro de desenvolvimento físico dedicado ao autista”, explicou a advogada.
A proposta do instituto é atender a todos os tipos de demanda e o acesso aos serviços será feito mediante uma mensalidade.
Centro de apoio e orientação para as famílias
Enquanto a área de esportes não fica pronta – o projeto piloto está previsto para abril de 2019 e o final para o início de 2020 – o Ico Project já começou a funcionar como como centro de conhecimento e capacitação sobre o autismo e conta com as parcerias da Secretaria de Saúde de Curitiba, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da fundação americana Autism Speaks.
Também está sendo implantado na rede pública de saúde (SUS) um programa de capacitação de pais para colocá-los como protagonistas no tratamento de seus filhos. Nele, a família aprenderá a inserir atividades na rotina que aumentem o engajamento da criança.
“As metas do programa também visam o bem-estar da família e a conscientização do autismo na comunidade. É destinado, primeiramente, às famílias de Curitiba que se encontram em situação de vulnerabilidade. Feita a implantação, o programa passará a atender 288 famílias por ano. Em cinco anos teremos atingido a totalidade das famílias de crianças com autismo de dois a nove anos da capital paraense!”, revelou Elyse.
Por meio do Ico Project, a advogada pretende oferecer cursos de várias partes de mundo, capacitando familiares e profissionais com o que houver de melhor no assunto. E tudo está sendo construído com foco e dedicação. Bonita a iniciativa da Elyse, não é? Mesmo diante de um diagnóstico que causou preocupação, a mãe de Enrico encontrou forças para que ele tivesse acesso aos melhores tratamentos.
E com base nesse pensamento, ela deixou uma mensagem para os pais de crianças diagnosticadas com autismo: “Ainda que possa parecer difícil em alguns momentos, nós, como pais, precisamos acreditar no potencial dos nossos filhos. Se não acreditarmos, quem acreditará?”
Acesse no nosso blog e saiba mais sobre o universo do TEA! Até breve!
MARCIA REGINA CASTANHA MADRUCCI
19/03/2023 em 22:25Boa noite,
Tenho um autista de 16 anos leve e gostaria de saber mais do projeto pois busco a interação social.